Como usar a tecnologia para revisar e fixar conteúdo para o ENEM?
De São Paulo, Gabriela Lima – gabrielalima@textual.com.br da Textual Comunicação.
Especialista em Ciência da Computação explica como ferramentas de inteligência artificial podem personalizar cronogramas, gerar simulados e criar resumos com cuidados para não substituir o esforço cognitivo.
Na contagem regressiva para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), estudantes têm recorrido a ferramentas de inteligência artificial para otimizar a revisão. Segundo o professor Nelson Aguiar, do curso de Ciência da Computação da Universidade São Judas, a IA pode atuar como aliada ao personalizar diagnósticos, sugerir cronogramas dinâmicos e produzir materiais de apoio, desde resumos e flashcards até baterias de questões no formato do exame.
“O esforço cognitivo é insubstituível para a fixação do conhecimento e o desenvolvimento do pensamento crítico”, afirma Aguiar, que recomenda o uso da IA como ferramenta de apoio e não como substituto do estudo ativo.
Especialistas e plataformas educacionais já exploram funcionalidades que podem ajudar na reta final:
mini-aulas
Diagnóstico personalizado: análise de simulados e exercícios para identificar tópicos com maior fragilidade.
Cronograma dinâmico: geração de planos de estudo priorizando temas de maior incidência no Enem e pontos de dificuldade do aluno.
Tutor virtual: explicações em diferentes formatos (mini-aulas, passo a passo de resoluções) adaptadas ao nível do estudante.
Materiais de revisão: criação automática de resumos, mapas mentais e flashcards focados nos conceitos centrais.
Simulados e testes: geração de provas no estilo Enem e listas de questões com justificativas das alternativas.
Treino para redação: sugestão de temas e feedback inicial sobre estrutura, coesão e argumentação (com a recomendação de checagem por docente).
O professor sugere comandos e tarefas que tornam o uso mais produtivo: pedir à ferramenta para produzir “mini-aulas” objetivas sobre um tópico; gerar testes temáticos com justificativas; solicitar explicações passo a passo de resoluções matemáticas, ou pedir que a IA apresente argumentos contrários a uma tese, exercitando a capacidade de contra-argumentação, recurso útil para a redação e para a interdisciplinaridade exigida pelo ENEM.
uso inteligente da IA
No entanto, o professor ressalta cuidados essenciais ao usar IA:
Verificar informações: checar fatos e fontes, especialmente em conteúdos de atualidades e dados históricos.
Evitar dependência: usar a IA como apoio, preservando a prática manual de exercícios e a leitura ativa.
Proteção de dados: não inserir informações pessoais sensíveis em plataformas públicas.
Educação crítica: procurar o acompanhamento de professores para validar retornos automáticos da ferramenta.
“Use a IA como apoio, e não como substituto. Peça o ‘como’ e não apenas o ‘o quê’”, recomenda Aguiar, ao enfatizar que pedir o passo a passo por trás de uma solução ajuda a manter o raciocínio ativo e consolidar aprendizagem.
O uso inteligente da IA pode tornar a reta final do Enem mais leve e eficiente, desde que o estudante mantenha o protagonismo no processo de aprendizagem. “A tecnologia é uma parceira poderosa quando usada com consciência. Ela pode economizar tempo e ampliar o repertório do aluno, mas é o esforço e a curiosidade que fazem a diferença no resultado”, conclui Aguiar.

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